LABCLIM

Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre

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Produtos

Diagnóstico Climático do Estado do Amazonas

Período observado: Maio à Setembro (2024)

Anomalia Global Diária da Temperatura da Superfície do Mar (TSM)

A Figura apresenta a Anomalia Global Diária da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) de 5 km do NOAA Coral Reef Watch (CRW) em relação à média climatológica. Durante o mês de setembro de 2024, o fenômeno ENOS manteve-se em um padrão de neutralidade, com anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) próximas à média na maior parte do Oceano Pacífico Equatorial. No entanto, a região do Niño-4 apresentou anomalias positivas de +0,2ºC, enquanto as demais áreas do Pacífico mostraram anomalias negativas. No Atlântico Tropical, a bacia norte registrou águas acima da média, enquanto a bacia sul apresentou um padrão de neutralidade. Esse padrão de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Atlântico desempenhou um papel significativo na intensificação da estiagem na Amazônia.

Climatologia da precipitação na Amazônia

Fonte: MSWEP

Período: Novembro à Fevereiro

A Figura apresenta a climatologia da distribuição espacial da precipitação para os meses de junho, julho, agosto e setembro (JJAS), com base nos dados do produto de precipitação global MSWEP (Multi-Source Weighted-Ensemble Precipitation), com resolução de 0,1°. Durante esse período, os maiores acumulados de precipitação, acima de 240 mm, concentram-se na porção noroeste da bacia Amazônica. Em contrapartida, os menores volumes de precipitação, inferiores a 50 mm, são observados na porção centro-sul da bacia, abrangendo os estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, grande parte do Maranhão e o sul do Pará. Este período corresponde à fase mais seca do ano nessas regiões.

Anomalia de precipitação na Amazônia

Fonte: MSWEP/NCAR

Período: Julho à Outubro

A figura mostra as anomalias de precipitação (%) na Bacia Amazônica para os meses de junho, julho, agosto e setembro de 2024, com base no produto global de precipitação MSWEP (Multi-Source Weighted-Ensemble Precipitation). Durante esse período, as chuvas ficaram entre 30% e 50% abaixo da média em toda a bacia Amazônica. Esse déficit de chuvas está relacionado ao aquecimento anômalo do Atlântico Tropical Norte, que altera o padrão de circulação atmosférica, modificando o padrão da célula de Hadley. O aquecimento das águas no Atlântico Norte intensifica o deslocando da zona de convergência intertropical (ZCIT) para o norte. Esse deslocamento modifica o padrão de circulação da célula de Hadley sobre a Amazônia, resultando em menos nebulosidade e precipitação na bacia, contribuindo para as condições de seca observadas.

Climatologia da Temperatura na Amazônia

Fonte: South American Mapping of Temperature (SAMET)

Período: Julho à Outubro

A figura exibe a climatologia da temperatura do ar (°C) na Amazônia, com base nos dados do produto South American Mapping of Temperature (SAMET), para os meses de junho, julho, agosto e setembro. A análise revela que, devido à alta incidência de radiação solar na superfície, há pouca variação na temperatura do ar durante junho e julho na maior parte da Amazônia. Nos meses de agosto e setembro, as temperaturas médias mais elevadas, entre 28°C e 30°C, concentram-se nas regiões central e oriental da Amazônia. Em contraste, as menores temperaturas médias, variando entre 22°C e 24°C, são registradas no sul da Amazônia, especialmente em Rondônia e Mato Grosso, onde a atuação de sistemas frontais, conhecidos localmente como friagens, provoca variações térmicas mais acentuadas.

Anomalia da Temperatura na Amazônia

Fonte: South American Mapping of Temperature (SAMET)

Período: Julho à Outubro

A Figura ilustra as anomalias de temperatura média do ar a 2 metros de altura (°C) na Bacia Amazônica durante os meses de junho, julho, agosto e setembro de 2024, com base nos dados do South American Mapping of Temperature (SAMET). Nos meses de junho, julho e agosto, as temperaturas permaneceram próximas à média climatológica na maior parte da bacia, com exceção do sul e de partes da Amazônia Oriental, onde excederam a média em até 1,5°C. Em setembro, no entanto, foram registradas anomalias positivas mais intensas, com valores entre 1,5°C e 2,5°C em grande parte da bacia Amazônica.